Por que emagrecer com dieta e exercício quando você pode culpar seu metabolismo lento e o estresse?
Você já se perguntou por que não consegue emagrecer, mesmo com uma alimentação saudável e exercícios regulares? Muitas pessoas acreditam que a culpa é do metabolismo lento ou da falta de hormônios, mas será que o estresse pode ter algum papel nessa equação?
O que é estresse, afinal? Será que é possível lidar com ele de alguma forma?
Se você é uma pessoa estressada, ansiosa e preocupada, que constantemente pensa “tenho muitos problemas”, é importante entender que o estresse é uma resposta do organismo a uma agressão externa, seja ela física ou mental. Em outras palavras, o estresse não vem de fora, ele vem de dentro e pode se manifestar no corpo como doenças, caso se torne crônico.
Quando estamos sob estresse, nosso corpo naturalmente ativa o sistema de proteção de “luta ou fuga” através da ativação do sistema nervoso simpático, que é a ligação entre o cérebro e o corpo. Isso faz com que as glândulas adrenais produzam cortisol por um período mais prolongado do que seria adequado para nossa programação biológica, o que pode levar a uma série de desequilíbrios hormonais.
Por exemplo, o excesso de cortisol pode afetar a regulação da fome, a flora intestinal, além de inibir a ação de hormônios importantes como a testosterona, o GH e o hormônio tireoideano. A solução para esses desequilíbrios não é necessariamente tomar uma série de hormônios, probióticos e suplementos, mas sim tratar adequadamente o modelo mental e o estresse da pessoa em questão.
Muitas pessoas acreditam que o estresse é algo com o qual elas simplesmente precisam conviver, mas isso não poderia estar mais longe da verdade. Não é normal sentir ansiedade, preocupação, medo ou ficar remoendo problemas. Esses sintomas podem estar relacionados a traumas do passado, crenças limitantes ou outros fatores psicológicos que afetam a nossa capacidade de lidar com o estresse.
Por exemplo, a amígdala cerebral é a região do cérebro que registra os traumas e pode fazer um looping inibitório sobre o córtex pré-frontal, importante área para decisões emocionais, reatividade e concentração. É preciso investigar essas causas e atacá-las de forma integral, utilizando ferramentas e tecnologias que possam ajudar no processo de autorregulação do corpo.
Tratar do modelo mental e do estresse crônico não envolve apenas meditação e terapia psicológica, mas sim uma abordagem holística que considere todas as causas subjacentes. Se você sente que há algum desequilíbrio nessa “máquina” que é o seu corpo, é hora de buscar ajuda especializada e começar a agir para recuperar o equilíbrio e a saúde.
Existem diversos artigos científicos que abordam os temas abordados no texto, aqui vão algumas sugestões:
Epigenetics of stress, addiction, and resilience: therapeutic implications (epigenética do estresse, dependência e resiliência: implicações terapêuticas) –https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6562751/
Stress and the Gut Microbiome-Brain Axis (Estresse e o eixo intestino-microbioma-cérebro) –https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6079270/
The role of cortisol in the body (O papel do cortisol no corpo) –https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6544234/
The brain-gut-microbiome axis in major depression (O eixo cérebro-intestino-microbioma na depressão) –https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6689740/
Mind-body therapies for the management of fibromyalgia: a systematic review and meta-analysis (Terapias mente-corpo para o tratamento da fibromialgia: uma revisão sistemática e meta-análise) –https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6823096/
Esses artigos podem ajudar a entender melhor os mecanismos envolvidos no estresse, sua relação com o corpo e a mente, e também abordam algumas terapias e abordagens para lidar com o estresse e seus efeitos no corpo.